sexta-feira, 24 de abril de 2009

Papa X Nietzsche 1

Papa critica Nietzsche durante Missa Crismal

Bento XVI atacou conceito de “liberdade absoluta”

Fonte: Efe, CIDADE DO VATICANO

O papa Bento XVI celebrou ontem a Missa Crismal, na qual abençoou os santos óleos e em cuja homilia advertiu contra a visão que o filósofo alemão Friedrich Nietzsche tinha da liberdade absoluta do homem - que, segundo o papa, "leva à soberba destrutiva e à violência". A Missa Crismal marca o começo do tríduo pascal, centro e ápice do ano litúrgico, e celebra a Quinta-Feira Santa, em que se lembra a instituição do sacramento da ordem sacerdotal por Jesus Cristo durante a Última Ceia, segundo a tradição cristã.

Durante o rito, no começo da manhã na Basílica de São Pedro, foram renovadas as promessas sacerdotais (pobreza, castidade e obediência) e Bento XVI destacou o que significa ser sacerdote: entregar-se a Deus é representar os outros, um modo de unificação com Cristo e a renúncia a impor a vontade própria. Acrescentou que o sacerdócio não significa "segregação" e que os padres devem saber dizer "não" às opiniões nas quais "predomine a mentira".

Bento XVI referiu-se então a Nietzsche, que, segundo o pontífice, "zombou da humildade e da obediência e as considerou como virtudes servis, que reprimem os homens. Colocou em seu lugar a dignidade e a liberdade absoluta do homem".

"Existe uma caricatura de uma humildade e de uma submissão equivocada que não queremos imitar, mas existe também uma soberba destrutiva e uma jactância que desagregam qualquer comunidade e acabam na violência", continuou.

Não é a primeira vez que Bento XVI, doutor em teologia, cita um filósofo não associado à Igreja.

Em um texto divulgado em 2007, ele escreveu que "Karl Marx descreveu de maneira drástica a ?alienação? do homem. Mesmo que não tenha atingido a verdadeira profundidade da alienação - porque raciocinava apenas em âmbito material -, forneceu uma imagem clara do homem vitimado por bandidos".

Na Missa Crismal de ontem, Bento XVI convidou os sacerdotes a aprender com Cristo a "reta humildade". Abençoou o óleo dos catecúmenos, dos enfermos e do santo crisma, apresentados em jarras de prata. Esses óleos são benzidos pelos bispos e utilizados para ungir os que se batizam, os que se confirmam e para a ordenação sacerdotal.

Bento XVI celebrou também, na Basílica de São João de Latrão, catedral de Roma, a missa da Última Ceia, na qual são lavados os pés de 12 presbíteros. Ele determinou que o dinheiro recolhido durante a missa vá para a comunidade católica do território palestino da Faixa de Gaza.

Hoje, ele volta à Basílica de São Pedro para celebrar a Paixão de Cristo e à noite vai ao Coliseu de Roma para presidir a Via-Sacra (mais informações nesta página). Na noite de amanhã, Sábado de Aleluia, Bento XVI realiza na Basílica de São Pedro a Vigília Pascal, a noite na qual a Igreja permanece à espera da ressurreição de Cristo. No domingo, o pontífice preside, na Praça de São Pedro, a Missa da Ressurreição, após a qual pronuncia a tradicional mensagem pascal e dá a bênção Urbi et Orbi - à cidade de Roma e ao mundo.

HOMILIA

"(Nietzsche) zombou da humildade e da obediência e as considerou como virtudes servis, que reprimem os homens. Colocou em seu lugar a dignidade e a liberdade absoluta do homem"

"Pois bem, existe uma caricatura de uma humildade e de uma submissão equivocada que não queremos imitar, mas existe também uma soberba destrutiva e uma jactância que desagregam qualquer comunidade e acabam na violência"

Bento XVI

Papa

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